quinta-feira, 15 de março de 2007

Sobre agulhas

O que faz alguém sair de casa de madrugada para entrar de tênis em um mar gelado e cheio de pedras? A necessidade no caso de pescadores profissionais. O desafio no caso de pescadores esportivos.

Como não sou nem uma coisa nem outra, fico me perguntando por que porra fiquei, nesta semana, com tanta vontade pescar agulha em Japaratinga. Passei quase oito anos sem fazer isso, por conta de um quase afogamento coletivo, mas em janeiro deste ano voltamos à prática!
Pra quem nunca pescou agulha, vai uma breve explicação: quatro ou cinco pessoas pegam um facho de luz (pode ser um especial, um simples lampião à gás ou até fogo em palhas de coqueiro). Durante as madrugadas, na maior escuridão, as agulhas ficam encandeadas pela luz do facho, tornando-se presas mais fáceis. Para capturá-las,usa-se um puçá (objeto de alumínio com uma rede). Pronto, depois é só jogar a caça no bisaco (saco de pano).

Não é difícil, o problema são algumas inconveniências da pesca:

1. Após algumas horas no mar, faz frio, principalmente quando venta muito.

2. Se a praia tiver pedras (o que as agulhas gostam), você terá que calçar sapatos. Isso diminui o risco de furar seu pé com ouriços ou rochas afiadas, mas vai entrar areia no seu calçado.

3. Já ouviu falar em “furreca”? Este é o nome local para “água-viva”, aquele ser que de vez em quando encontra suas pernas no mar, causando queimaduras bem dolorosas. Nada que não seja aliviado com lama gelada ou boas doses de whisky, vodka ou cachaça (colocadas em uma garrafa pet, pra facilitar o transporte marítmo).

Voltar pra casa com umas 200 agulhas compensa. Principalmente quando você vai a um bar e vê que o estabelecimento cobra R$ 12 por um prato com oito agulhinhas, enquanto seu congelador tá cheio delas, esperando a degustação gratuita.

7 comentários:

Anônimo disse...

não vou nem comentar esse texto! eita, já comentei né?

SACOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!

Anônimo disse...

não vou nem comentar esse texto! eita, já comentei né?

SACOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!

Mariana disse...

não se seria hipocrisia, mas matar um animal na mão é algo impensável para mim. ainda mais quando nem o desenvolvimento completo atingiram. tem um resto de comentário, na verdade um pedido, que faço por email.

Anônimo disse...

Se é um vigia da natureza, dê sua
opinião sobre a transposição do rio
São Francisco.

João Victor disse...

Manifesto: sou a favor! se ficar inspirado, escrevo um post a respeito!

Amanda Benemérita disse...

Sobre ser vigia e/ou protetor da natureza:
Vigiar é uma questão. Proteger são outros quinhentos...
Hauhauhauhauhauhau
Te livrei dessa, hein João?!

João Victor disse...

É verdade, amanda. Protejo a naturezaque me interessa!